BM investiga denúncia de agressão a torcedores

Por. Joel Haas

O comando do 23º Batalhão de Polícia Militar (23º BPM) anunciou na tarde desta segunda-feira, 02, a abertura de um inquérito policial militar para investigar denúncias de agressão a integrantes da torcida organizada Barra do Galo após a partida do Santa Cruz contra o Lajeadense, no último sábado, em Santa Cruz do Sul. Conforme o major Valmir José dos Reis, o objetivo é apurar se houve ou não excesso por parte dos policiais militares que estavam no Estádio dos Plátanos.

"O inquérito já está em andamento. Esta ação vai avaliar as atuações no que diz respeito ao processo penal militar. Conforme a ocorrência que temos, houve lesões mútuas entre as partes envolvidas", explicou Reis, que comanda o 23º BPM. O responsável designado para presidir o inquérito é o capitão Cristiano Marconatto, comandante da 1ª companhia da BM em Santa Cruz. Os soldados já começaram a ser ouvidos.

ENTENDA O CASO

A partida que assegurou a permanência do Santa Cruz na elite do futebol gaúcho, ocorrida no último sábado no Estádio dos Plátanos, terminou em tumulto entre Brigada Militar e integrantes da organizada Barra do Galo. Em campo, o time santa-cruzense bateu o Lajeadense por 2 a 1.

Ao apito final, os jogadores pularam no alambrado onde estava a Barra do Galo para comemorar a vitória. Neste momento, os torcedores do Santa Cruz alegam terem sido agredidos pelos policiais militares que prestavam segurança no local. Após a partida, dois deles registraram ocorrência de lesões corporais na Polícia Civil.

Uma das vítimas, de 20 anos, relatou que estava na tela quando um brigadiano atingiu-o na perna com o  cacetete. Ao cair no chão, as pauladas teriam continuado. Outro homem, de 51 anos, disse que foi atingido por uma brigadiana, após ela ter sido xingada por outro torcedor.

A assistente social Ana Claudia Camilo Porto, mãe de um dos integrantes da Barra do Galo, alega que uma das policiais envolvidas no fato do último sábado já teria histórico de animosidade contra os torcedores. Segundo artigo enviado por ela à imprensa, logo após o clássico Ave-Cruz, ocorrido em janeiro, durante revista de rotina na entrada do Estádio dos Plátanos, a policial teria constrangido uma jovem "com palavras de baixo calão e comportamento incondizente com a profissão".